PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL

Introdução: A sífilis é uma infecção causada pelo Treponema pallidum e possui altas taxas de transmissão vertical, sendo a prevenção da sífilis congênita realizada exclusivamente no período pré-natal. Dessa forma, condições socioeconômicas e o acesso aos serviços de saúde podem ser determinantes para a diferente prevalência da doença por região. Objetivos: analisar o perfil epidemiológico da Sífilis Congênita nos anos de 2012 a 2021 nas regiões brasileiras. Metodologia: estudo ecológico transversal descritivo desenvolvido após coleta de dados da plataforma do Sistema de Informações Hospitalares do SUS vinculado ao DATASUS. As variáveis utilizadas foram casos confirmados notificados de Sífilis Congênita no período de janeiro de 2012 a julho de 2021 e as regiões brasileiras em que ocorreram. Os dados foram organizados em tabela. Resultados: De janeiro de 2012 a julho de 2021, ocorreram 192.055 casos de sífilis congênita, sendo 2018 o ano que apresentou mais notificações, com 26.548 casos, seguido pelos anos 2017, 2019 e 2020 com, respectivamente, 25.039, 24.355 e 22.136 casos. O ano de 2021 obteve menos notificações, somando 10.895, sendo acompanhado dos anos de 2012, 2013 e 2014 com, respectivamente, 11.678, 14.008 e 16.353 notificações. Os anos 2015, 2016 e 2018 apresentaram, na sequência, 19.713, 21.330 e 26.548 casos confirmados. Em ordem crescente de quantidade de notificações, estão as regiões Centro-Oeste, Norte, Sul, Nordeste e Sudeste, com, respectivamente, 10.818, 15.819, 25.405, 56.252 e 84.062 casos. Conclusão: Evidencia-se aumento na incidência da Sífilis Congênita até 2018, com posterior redução até 2021, quando houve a menor incidência. Este estudo apresenta limitações quanto à caracterização da população afetada, como o perfil materno referente a idade, renda, e acesso à saúde, informações sobre realização adequada do pré-natal e condições socioeconômicas. Assim, são necessários estudos buscando traçar esse perfil da população mais afetada.