A Síndrome Metabólica (SD) reúne condições clinicas que aumentam a chance de doenças cardiovasculares, principal causa de morte na vida adulta.
O metabolismo lipídico e glicêmico de crianças com a Síndrome de Down (SD) pode ser alterado por características da própria condição genética, predispondo a uma maior prevalência de alterações metabólicas, com prejuízos e repercussões negativas ao longo da vida e aumento de risco cardiovascular.
Objetivamos avaliar o perfil metabólico de crianças e adolescentes com a SD. Métodos: Estudo clínico observacional, aprovado no Comitê de Ética. Realizada análise sérica de colesterol total e frações (HDL,LDL,TG) e glicemia de jejum de crianças e adolescentes com SD, em seguimento ambulatorial em UM Hospital Universitário. O diagnóstico de Síndrome Metabólica (SM) foi considerado segundo valores da International Diabetes Federation. Resultados: Incluídos 52 crianças e adolescentes, apenas 11,32% apresentaram a SM, mas 76,9% dos incluídos apresentaram alteração na classificação da circunferência abdominal. A dislipidemia foi diagnosticada em 22,6% dos incluídos, com alteração de LDL em 7,5% dos pacientes, HDL em 30,19% e TG em 47,1% deles. O perfil glicêmico apresentou em 32% dos incluídos o índice HOMA alterado, e apenas 1% compatível com o diagnóstico de pré diabetes. Todos os com SM apresentaram TG alterado e 83,3% destes o HDL alterado.
Conclui-se que as crianças com SD apresentaram alterações metabólicas relevantes. Considerando a predisposição aos distúrbios metabólicos, bem como a repercussão deletéria na vida adulta, aumento de comorbidades e risco cardiovascular, a intervenção clínica na pediatria se faz necessária, tentando minimizar as repercussões negativas e promovendo melhora na qualidade de vida destas crianças e adolescentes.