PREVALÊNCIA DE PRIMEIRA RELAÇÃO SEXUAL FORÇADA E ASSOCIAÇÃO COM PAPEL DE GÊNERO TRADICIONAL.

Introdução: Normas e atitudes sociais que colocam os homens em posição de domínio sexual têm consequências negativas afetando a capacidade das mulheres de controlar sua própria saúde reprodutiva e sexual. A primeira relação sexual é um marco importante no desenvolvimento humano e geralmente acontece durante a adolescência, período de intensa mudanças físicas e mentais. Quando essa relação sexual acontece de forma imposta, associada ou não a violência física, pode gerar graves consequências no desenvolvimento desses indivíduos.
Objetivo: Identificar a prevalência de primeira relação sexual forçada e sua associação com normas e atitudes de papéis de gênero tradicionais e a saúde física e emocional.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com adolescentes, gestantes e seus acompanhantes. Foram avaliados: a experiência da primeira relação sexual, escala de Equidade de Gênero, sintomas depressivos e uso de substâncias psicoativas.
Resultados: Participaram 153 indivíduos, com idade entre 14 e 59 anos, com mediana de idade foi de 29,5 (IQR=12) anos, a maioria (83%) eram mulheres, 48,6% se declaravam pardos, e 86% se declaravam heterossexuais. O escore de equidade de gênero variou entre 25 e 48, com mediana de 44, compatível com equidade moderada e a mediana escore de sintomas depressivos foi de 7, compatível com sintomas depressivos leves. Nove (6%) participantes referiram que a primeira relação sexual foi forçada, sem consentimento, 50 (33%) que tiveram que ser convencidos e 91 (60,6%) relataram que tinha sido voluntária. Houve associação significativa entre ter a primeira relação sexual forçada e ter menor idade na primeira relação sexual, ter menor escolaridade, se tornar mãe ou pai mais precocemente, apresentarem piores escore de escala de equidade de gênero, referirem mais frequentemente terem sidos agredidos, ameaçados, intimidados, e terem bebido.
Conclusão: A primeira relação sexual forçada foi associada a menores escores na escala de equidade de gênero. Este trabalho reforça a necessidade de intervenção na