Introdução: A comunicação interventricular (CIV) é caracterizada como a cardiopatia congênita mais comum da prática clínica, representando entre 15-20% de todas as cardiopatias congênitas, ao passo que a atresia pulmonar, por sua vez, representa menos de
1% de todas as cardiopatias em neonatos. Em associação, essas cardiopatias possuem uma incidência de 7 a cada 100 mil nascidos vivos.
Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, recém-nascida a termo, com 5 consultas de pré-natal, com idade gestacional de 39 semanas e 5 dias, grande para a idade gestacional, apresentou choro imediato ao nascer e um bom tônus muscular. Com 19 horas de vida,
manifestou quadro de cianose que fora atentado através da ausculta cardíaca, demonstrando a presença de sopro sistólico. Foi solicitado pela equipe um exame ecocardiográfico para descartar a hipótese de cardiopatia congênita, onde foi detectada a presença de valva
pulmonar atrésica associada à comunicação interventricular do tipo mau alinhamento subaórtico. Discussão: A ecocardiografia bidimensional é capaz de fornecer o tamanho e a localização da CIV, bem como é conveniente para diagnosticar atresias pulmonares. Pacientes que apresentam CIV pequenas podem ser assintomáticos, apresentando crescimento e desenvolvimento normais, ao passo que nas CIVs grandes, é bastante comum a ocorrência de retardo no crescimento e no desenvolvimento. A maioria dos pacientes com atresia pulmonar necessita de acompanhamento próximo, pois apesar da realidade atual ostentar variados procedimentos cirúrgicos, nenhuma das cirurgias disponíveis é curativa. Conclusão: O caso exposto traz ao debate uma situação pouco relatada na literatura,
demonstrando o nítido carecimento de discussões acerca da correlação entre as patologias apresentadas, pois trata-se de um caso grave o qual deve ser descoberto e tratado o mais precocemente possível, com o objetivo de levar o paciente a um melhor prognóstico e
proporcionar melhorias em sua qualidade de vida.