RELATO DE CASO: SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA ATÍPICA

Introdução: A Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU), é uma doença rara e
grave, com predominância em escolares. A SHU pode ser carcterizada por sua
tríade, a qual consiste em anemia hemolítica microangiopática associada a
trombocitopenia, lesão renal e microangiopatia. Para classificação e causas da
SHU, são atribuídos dois tipos: SHU atípica e SHU secundária. O diagnóstico é
laboratorial, com dosagem de creatinina e ureia, urionálise completa e
hemograma.
Descrição de caso: Escolar, 06 anos, do sexo feminino, comparece a
atendimento com histórico de quadro febril com 37,5º, sendo tratada previamente
como síndrome mão-pé-boca. Após 48 horas do primeiro atendimento, paciente
evolui com cólicas abdominais, fezes líquidas sanguinolentas. Houve
agravamento do quadro desde o início dos sintomas, sendo realizado uma
laparatomia em investigação de apendicite, mas diagnóstico foi excluído.
Discussão de caso: A paciente foi mantida em hidratação intravenosa
após episódios de vômito. Após 3 dias apresentou crise convulsiva,
apresentando-se anasarca, taquipneica, sem diurese há 8 horas, leucocitose
com desvio a esquerda, hipercalemia e acidose refratária, iniciando diálise
continua, encaminhada para UTIP para investigação de SHU atípica. Apresentou
após alguns dias episódio de dor torácica com troponina de 1397, realizou ECO
apresentando disfunção sistólica do VE, derrame pericárdico moderado, com
diagnóstico de pericardite e miocardite. Após 10 dias de internação iniciou o
tratamento com eculizumab, paciente evoluiu estável hemodinamicamente, sem
distúrbios hidroeletrolíticos recebendo alta com planejamento de realizar diálise
em hospital e acompanhamento com a nefrologia, paciente também estava em
tratamento alternativo.
Conclusão: A SHU atípica é uma síndrome com um diagnóstico
complexo, visto que sua identificação geralmente é tardia, e concluído após a
exclusão de outras patologias. Desse modo, conclui-se que é preciso mais
estudos sobre esta doença, para que assim, o diagnóstico se torne menos
complexo e mais ágil, melhorando a conduta, tratamento e evolução do
paciente diante dessa patologia.