INTRODUÇÃO
A intoxicação exógena é um distúrbio orgânico ocasionado por um agente tóxico. Na faixa pediátrica de 1 a 4 anos ocorre, sobretudo, de forma acidental em domicílio. Devido a pandemia de COVID-19 e a instituição de medidas de isolamento social, houve a modificação da epidemiologia de diversas doenças e agravos, como a exposição a substâncias químicas.
OBJETIVO
Analisar como a pandemia de COVID-19 impactou nos casos de intoxicação exógena na faixa pediátrica de 1 a 4 anos no Brasil.
METODOLOGIA
Estudo epidemiológico, descritivo, quantitativo e comparativo. Utilizou-se o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) para coleta de dados contabilizados no Sistema Doenças e Agravos de Notificação (SINAN). Restringiu-se para a faixa etária de 1 a 4 anos no Brasil. Considerou-se de 2017 a 2019 como período pré-pandêmico e de 2020 e 2021 como intervalo pandêmico.
RESULTADOS
Nos anos de 2017 a 2019 houve uma média de 16.109 casos de intoxicação exógena na faixa de 1 a 4 anos, com o pico em 2018 com 16.393 casos. No primeiro ano de pandemia (2020) houve uma queda expressiva totalizando 13.279, que representa uma redução de 17,7% em relação ao ano anterior. Em 2021 manteve-se em declínio com 13.107 notificações.
O ano de 2021 foi o período pandêmico com o menor número de casos e 2018 ilustra o pico de casos do intervalo selecionado, em porcentagem, houve uma queda de 20,09% comparativamente entre os dois anos.
CONCLUSÃO
A partir dos dados coletados, observou-se uma queda durante o intervalo pandêmico, eventualmente, em razão de maior vigilância dos cuidadores, dado a circunstância que a pandemia impôs de permanecer longos períodos em ambiente doméstico.
Porém, há de se aventar a possibilidade de subnotificação em virtude de um maior período de exposição das crianças às substâncias potencialmente tóxicas.