SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES: COMPARAÇÃO COM BASE EM DIFERENTES CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO

Objetivo: Avaliar a frequência de SM em adolescentes com base em três critérios de classificação. Verificar associação entre a presença de SM e concentrações de insulina. Método: Estudo transversal retrospectivo incluindo 197 prontuários de crianças com excesso de peso em acompanhamento ambulatorial. Foram levantados: dados antropométricos, pressão arterial e exames laboratoriais relacionados ao metabolismo lipídico e glicídico da primeira consulta e após um ano. A classificação da síndrome metabólica foi realizada com base em 3 critérios: American Heart Association (AHA), International Diabetes Federation (IDF) e o descrito por Di Ferranti. Resultados: Foram incluídos 133 prontuários. Quanto ao gênero 68 (51,1) masculino, a média de idade foi 10,5±2,6 anos. Obesidade grave (ZIMC +3) em 56/133 (42,1). Identificou-se, na população estudada, SM pelo critério proposto pelo AHA em 11 (8,3), IDF 20 (15,0) e Ferranti 26 (19,5). As concentrações de insulina foram significantemente mais elevadas nos indivíduos com SM comparativamente aos sem SM (critério IDF e Di Ferranti), fato não observado quando a SM foi classificada com base na AHA. No critério proposto por Di Ferranti, os níveis de insulina no grupo com SM, foram superiores aos observados no AHA e IDF, entretanto, diferença estatisticamente significante só foi observada para a comparação Di Ferranti vs AHA (p 0,05). Conclusão: O critério di Ferranti possibilitou classificar síndrome metabólica em 20 das crianças e adolescentes (percentual superior ao observado com as outras classificações), houve associação com concentrações mais elevadas de insulina.