Dengue

Dengue

Aedes_aegypti_CDC-GathanyA dengue é uma doença febril aguda, causada por um dos quatro tipos do vírus Dengue (1, 2, 3 e 4), e que se manifesta desde quadros leves, sintomas clássicos, até formas graves, que podem evoluir para a morte. Acomete pessoas de todas as idades, desde crianças pequenas até adultos idosos.

É um problema mundial que vem crescendo com o aquecimento global, que possibilita maior área geográfica com a presença do mosquito da dengue. A questão de ser cada vez mais incidente no Brasil está relacionada a vários fatores, entre eles grandes cidades com espaços que facilitam a procriação do mosquito. No Brasil, as estatísticas do Ministério da Saúde demonstram o aumento do número de casos em grande parte do País. A doença apresenta-se como uma prioridade nacional em termos de Saúde Pública.

Como a dengue pode ser transmitida e evitada?

A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito Aëdes aegypti que esteja infectada pelo vírus da dengue. Esta fêmea do mosquito permanece infectada por toda sua vida (de 6 a 8 semanas), mantendo o ciclo homem – mosquito – homem. Como o período de maior transmissão coincide com o verão e o início do período de chuvas, época em que os fatores climáticos favorecem a proliferação do mosquito, as medidas de controle da doença se baseiam no combate ao mosquito.

A prevenção é a melhor arma contra a doença: é preciso manter a moradia sempre limpa, eliminando os possíveis criadouros, ou seja, os locais que acumulam água, pois o mosquito precisa de um ambiente com água para se reproduzir. É muito importante que cada um faça sua parte, evitando que a água fique acumulada em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

Quais os sintomas da dengue?

Em geral, após 4 a 10 dias da picada, surge a primeira manifestação da forma clássica da doença, que é a febre alta (39ºC a 40°C) de início súbito, com duração de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça (cefaleia), dores musculares (mialgia) e articulares (artralgia) em todo o corpo, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas na pele (exantema) e coceira (prurido), além de diarreia, náuseas e vômitos.

Na criança, a fase febril inicial da doença pode ser confundida com outras doenças febris (como gripe, infecção intestinal, meningite etc.), portanto sempre deve ser avaliada e acompanhada por um pediatra.

A maioria dos casos evolui para a cura com acompanhamento médico e orientações gerais, como ingestão abundante de líquidos (água, sucos, soro de hidratação ou água de côco) e medicamentos para aliviar os sintomas (sintomáticos). O preenchimento de um cartão de acompanhamento facilita o seguimento clínico com anotações relativas à evolução dos sintomas, febre, exames como a prova do laço e hemograma.

Como reconhecer a forma grave da doença?

No período de diminuição ou desaparecimento da febre, geralmente entre o 3º e 7º dia da doença, cerca de 10% dos casos podem apresentar alguns sinais de alarme, que indicam evolução para a forma grave da doença, que são:
• dor abdominal intensa e contínua;
• vômitos persistentes;
• acúmulo de líquidos no abdômen, pulmões e coração (ascite, derrames);
• sangramento de mucosas (nariz, gengivas);
• sonolência ou irritabilidade;
• sensação de desmaio, tonturas.

Assim que e se ocorrerem, deve-se procurar imediatamente um serviço de urgência para avaliação e tratamento.

Existe medicamento específico para combater a doença?

Não existe tratamento específico, mas é importante seguir as recomendações médicas, evitando os medicamentos à base de ácido acetil salicílico (AAS) e outros anti-inflamatórios.

Existe vacina contra a dengue?

Proteger contra os quatro sorotipos de vírus que circulam no mundo é o principal objetivo de uma vacina contra a dengue. Há vários grupos de cientistas pesquisando, inclusive no Brasil, na Fiocruz, no Instituto Butantã e em Universidades, envolvendo mais de 20 mil participantes em cinco países. Os resultados até agora são promissores. Em um dos estudos houve redução de 60,8% dos casos de dengue, 95,5% dos casos graves e 80,3% do risco de internações na população vacinada. Mais observações ainda são necessárias para avaliar os riscos e benefícios de seu uso na população. Esses estudos deverão estar concluídos no decorrer de 2016.

___
Relatora:
Silvia Regina Marques

Departamento Científico de Infectologia da SPSP

Publicado em 6/04/2015.
photo credit: pt.wikipedia.org/wiki/Aedes_aegypti

Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.

Licença Creative Commons
Esta obra foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.