Maio Amarelo – Depressão entre crianças e adolescentes: pare, observe, acolha

Maio Amarelo – Depressão entre crianças e adolescentes: pare, observe, acolha

SPSP – Sociedade de Pediatria de São Paulo
Texto  divulgado em 08/05/2019

A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) lançou a Campanha Maio Amarelo, cujo lema é Depressão entre crianças e adolescentes: pare – observe – acolha. Em uma ação integrada entre departamentos da SPSP, diretamente envolvidos com o tema, a campanha pretende atuar em vários níveis e instâncias que lidam com a criança e com o adolescente para que possa oferecer os meios necessários para a detecção, acolhimento, prevenção e tratamento da depressão, e das situações de risco que esta determina.

De acordo com Claudio Barsanti, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, as consultas de rotina pelo pediatra levam a um contato maior com os pacientes e seus familiares e esta maior proximidade permite ou, ao menos, facilita que o médico perceba alterações clínicas e comportamentais iniciais e, às vezes, ainda sutis de quadros depressivos. “O pediatra, normalmente como primeiro médico atendente, deve estar atento e indicar as primeiras condutas e encaminhamentos sequenciais, a fim de que se estabeleça, o mais rápido possível, a atenção necessária”, enfatiza.

Dados preocupantes

Os casos de depressão em crianças e adolescentes vêm aumentando gradativamente, um dado que vem preocupando os especialistas. A depressão é uma doença que deve ser levada a sério em qualquer idade, mas que na adolescência é fundamental que seja bem tratada pelo exponencial risco de resultar em abuso de drogas ou suicídio, com efeitos devastadores para os familiares, amigos e outros envolvidos no cotidiano do adolescente.

Segundo Vera Ferrari Rego Barros, presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), há algumas observações necessárias a serem feitas quanto ao diagnóstico de depressão, principalmente entre crianças e adolescentes. “Uma delas é que é fundamental diferenciar entre o que é um sentimento de tristeza e o que é um quadro de depressão, porque a proximidade dos sintomas pode confundir e prejudicar a identificação e a intervenção realmente necessária que se deve realizar com os jovens nessa condição.”

Para Claudio Barsanti, presidente da SPSP, é muito importante que o médico discuta e perceba, além dos sinais e sintomas, a ocorrência de situações de risco que possam estar se apresentando no dia a dia das crianças e dos adolescentes e que aumentam o risco de depressão e até de tentativas de suicídio. Situações como de elevado estresse, de agressões sofridas – físicas ou psicológicas; presenciais ou virtuais -, ou de grandes frustrações, mostram-se como importantes fatores de risco e, em alguns casos, como indutores de depressão.

Para este momento, a sociedade está planejando ações em escolas e formas de dialogar com as crianças, adolescentes e suas famílias, além de atividades de atualização no tema para profissionais de saúde, que detêm os meios de realizar os diagnósticos e as intervenções necessárias para cada caso. “Quanto antes identificarmos os sintomas da depressão, mais rápido poderemos tomar as medidas e ações necessárias para evitar que as manifestações se agravem e coloquem o adolescente em situações de risco”, conclui Vera.