Saúde: um direito de todos!

Saúde: um direito de todos!

Doze de dezembro é o Dia Mundial da Saúde Universal. O Brasil abriga um dos maiores e mais abrangentes sistemas públicos de saúde do mundo: o Sistema Único de Saúde (SUS), que enfrenta desafios significativos, agravados pelas dimensões continentais do território e pela profunda heterogeneidade regional.

A estrutura da saúde no país se organiza em dois grandes setores:

  • SUS (público): atende cerca de 75% da população, com investimento anual aproximado de R$ 103 bilhões.
  • Saúde suplementar (privada): cobre cerca de 25% dos brasileiros, movimentando cerca de R$ 90,5 bilhões por ano.

O contraste é visível: o gasto médio por paciente na saúde privada é cerca de três vezes maior que no setor público.

O país tem uma média de 2,81 médicos por mil habitantes, índice acima do parâmetro da Organização Mundial da Saúde (OMS). Contudo, a distribuição desses profissionais é profundamente desigual – concentrada nas capitais e grandes centros urbanos e limitada nas áreas rurais, periferias e nas regiões Norte e Nordeste.

Apesar de avanços, fatores como renda, escolaridade, transporte e moradia seguem como determinantes centrais das desigualdades em saúde no país.

Diante desse pequeno recorte da saúde em nosso país, somos convidados a celebrar o Dia Internacional da Cobertura Universal de Saúde (também denominada Dia Mundial da Saúde Universal), que é comemorado anualmente em 12 de dezembro. A data resgata um princípio fundamental do bem-estar humano: todas as pessoas devem ter acesso a serviços de saúde de qualidade, no momento em que precisarem, sem enfrentar dificuldades financeiras.

A comemoração mobiliza governos, instituições e cidadãos a refletirem sobre um desafio que atravessa fronteiras: como garantir que o cuidado em saúde seja um direito efetivo – e não um privilégio? Avançar nessa direção exige investimentos em sistemas de saúde resilientes, expansão da atenção primária, redução das barreiras econômicas e territoriais e o firme compromisso de não deixar ninguém para trás. 

Mais do que uma questão técnica, a saúde universal é um imperativo ético, sustentado pela convicção de que cada pessoa – independentemente de sua condição – merece cuidado, dignidade e a oportunidade de viver plenamente.

Neste 12 de dezembro, somos lembrados de que saúde não é apenas ausência de doença, mas um bem comum, construído coletivamente e sustentado por responsabilidade pública, compromisso político e participação social. Celebrar esta data é renovar a esperança em um futuro no qual o acesso à saúde seja, de fato, um direito de todos.

Relator:
Fernando MF Oliveira
Coordenador do Blog Pediatra Orienta da SPSP