“ÚLCERA DE LIPSCHUTZ EM LACTENTE DO SEXO FEMININO: RELATO DE CASO”

Introdução: A ulcera de Lipschutz (UL) corresponde a uma patologia rara. Caracterizada pelo lesões ulcerosas e dolorosas na vulva e/ou períneo, sem história prévia de contato sexual e que pode ocorrer em meninas e adolescentes. É desconhecida a origem de sua etiologia, embora tenha sido associada a agentes infecciosos.1,2 Envolvem os pequenos lábios, mas podem atingir grandes lábios, períneo, vestíbulo e parte inferior da vagina3. Os sinais associados incluem edema labial e linfadenopatia inguinal, assim como podem ocorrer sinas sistêmicos, como febre que antecede o episódio.1,2,3 Este trabalho é um relato de caso sobre Ulcera de Lipschutz e tem como objetivo relatar quadro clinico, diagnostico e manejo.
Descrição do caso: I.R.S, sexo feminino, 11 meses, deu entrada em hospital de origem apresentando lesão eritematosa em região vulvar, associada a febre há 2 dias e linfadenopatia inguinal. Devido a isso, optado por internação para investigação, primeiramente para afastar hipótese diagnostica de abuso sexual . Além disso, realizado rastreio infeccioso com exames laboratoriais , radiografia de tórax, realizados, então, sorologias, incluindo a sorologia para Epstein-barr, a qual veio reagente (IgG) aventado a hipótese de ulcera de Lipschutz. Devido ao quadro, optou-se por tratamento com corticoterapia sistêmica e sessões de câmera hiperbárica para cicatrização tecidual por 10 dias. Após conclusão do tratamento, paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial, recebendo alta médica sem sequelas adquiridas.
Discussão: Os casos relatados na literatura de ulcera de Lipschutz descrevem, em sua maioria, lesões predominantes em adolescentes e adultos jovens 4, este caso apresentou-se em uma lactente de 11 meses de idade, tornando um diagnostico desafiador para o manejo e conduta.
Conclusão: Expõe-se um caso clínico de úlcera de Lipschutz, salientando um desafio na prática clínica. Há grande ansiedade e conflito para os pacientes e seus familiares, pois majoritariamente o diagnóstico é feito de forma presuntiva.