INTRODUÇÃO: A alergia alimentar é uma reação imunológica exacerbada contra alérgenos alimentares, que ocorre após o contato destes com o organismo, classificada em mediada por IgE, não mediada por IgE ou mista, dependendo das células do sistema imunológico envolvidas e da sintomatologia. Determinadas substâncias alergênicas, que possuem características típicas, como peso e estrutura molecular, podem estimular uma reação descontrolada do sistema imune. OBJETIVO GERAL: Compreender a relação entre alergia alimentar e introdução dos alimentos nos lactentes (0-24 meses), visando identificar os principais alérgenos e o momento ideal de introduzi-los. MÉTODO: Estudo de Revisão Integrativa da Literatura, com uso das bases de dados MEDLINE (via PubMed) e LILACS (via Portal da BVS), descritores food introduction, food hypersensitivity e/ou food allergy e lactentes (0-24 meses), referências nas línguas inglesa, portuguesa e/ou espanhola, entre 2018-2023. Utilizou-se a ferramenta PRISMA para a triagem das 644 referências e para a seleção final das 18 analisadas. RESULTADOS: Dentre os artigos analisados, 10 evidenciaram a relação positiva entre introdução precoce dos alimentos (4-6 meses) e prevenção da hipersensibilidade alimentar mediada por IgE nos lactentes, contrariando as diretrizes anteriores sobre a administração tardia de alérgenos, sendo os principais leite, ovo e amendoim. Introduzir precocemente múltiplos alérgenos alimentares implica maior tolerância a estes por alterações na imunidade celular com expansão de linfócitos T e B reguladores, assim como alteração da microbiota intestinal, que, embora não demonstre relação direta com o desenvolvimento da alergia, em contato com leite materno, estimula a produção de butirato, que pode preveni-la. Ademais, um artigo sustentou que antecipar a introdução alimentar não diminui a duração da amamentação. Apesar dos benefícios das novas diretrizes, existem desafios para implementá-las. CONCLUSÃO: Verificou-se que tanto a diversidade de alimentos quanto o período da introdução, precocemente, podem ser fatores protetores contra o desenvolvimento da alergia alimentar na infância.