Introdução: A enterocolite necrotizante, caracterizada pela inflamação e necrose do intestino, representa uma preocupação significativa devido à sua gravidade e potencial impacto nas taxas de mortalidade neonatal. Essa condição pode causar desde quadros leves, com intolerância alimentar, até quadros graves com sepse, necrose e perfuração intestinal. A importância deste estudo reside na possibilidade de fornecer informações relevantes da relação entre a incidência deste acometimento e o peso de nascimento, a fim de contribuir com o aprimoramento das estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento dos pacientes.
Objetivo: Analisar a quantidade de óbitos infantis, na faixa etária de 0 a 364 dias, em relação ao peso de nascimento, referente à enterocolite necrotizante, no período de 2022 no Brasil.
Métodos: Estudo ecológico transversal a partir de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) no Brasil, no ano de 2022. Foram incluídos ambos os sexos e faixa etária de 0 a 364 dias. Dados coletados em janeiro de 2024, tabulados e analisados por estatística descritiva.
Resultados: No ano de 2022 registraram-se 662 óbitos por enterocolite necrotizante, sendo 66 em bebês que apresentaram peso adequado ao nascimento. Em bebês nascidos com baixo peso e muito baixo peso, houve respectivamente 142 e 171 registros, sendo 20,87% e 24,9% do total de óbitos. Já em bebês com extremo baixo peso foram registrados 277 óbitos, representando 39,45%. Em bebês com alto peso, houve registro de apenas 6 óbitos.
Conclusão: Os dados apresentados evidenciam que esta ainda é uma importante causa de morte neonatal e há relação direta entre baixo peso ao nascer e mortalidade pela doença. Diante do impacto desse cenário na saúde infantil, torna-se necessário analisar a relação causal entre as variáveis, a fim de que ações em saúde possam ser elaboradas.