Introdução: A sífilis, causada pelo Treponema pallidum, possui duas formas de transmissão: a forma adquirida por via sexual, onde se enquadra a sífilis gestacional (SG), e por transmissão vertical chamada de sífilis congênita (SC). A sífilis representa um dos grandes desafios à saúde pública, pois, apesar de ter um protocolo de tratamento acessível, efetivo e eficaz, os dados epidemiológicos dos últimos anos exibem altas taxas de incidência mundial. Objetivo: Analisar o perfil socioeconômico de pacientes com SG e SC em três municípios de Santa Catarina. Métodos: Pesquisa descritiva, exploratória e retrospectiva, usando como variáveis os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre os anos de 2017 e 2022. Comitê de Ética parecer 4.784.772. Resultados: Foram notificados 331 casos de SG e 25 de SC. Com relação as SG, 33,23% das gestantes tinham entre 21 e 25 anos, 68,58% eram de raça branca, 26,89% completaram o Ensino Médio, 92,45% moravam em áreas urbanas, 100% eram do lar, 54,84% foram diagnosticadas com sífilis na fase terciária e latente e 48,08% dos parceiros sexuais foram tratados concomitante a gestante. Nos casos de SC, 96,1% foram diagnosticados nas primeiras semanas, 64% requerendo internação, 58,83% eram do sexo masculino, 82,35% da raça branca e 64,70% foram diagnosticados como assintomáticos. Em se tratando do perfil das mães dos pacientes cm SC, 52% tinham menos de 20 anos, 36% tinham o Ensino Médio incompleto, 96% fizeram pré-natal, 48 % delas foram consideradas inadequadamente tratadas e 56% dos parceiros sexuais dessas mães não fizeram o tratamento concomitante com a gestante. Houve 1 registo de óbito fetal por sífilis no período estudado. Conclusão: Os resultados desse estudo refletem o perfil materno encontrado no contexto social da sífilis, onde uma maior vulnerabilidade social pode trazer riscos à saúde e, concomitante, aumentar os gastos da saúde pública.