Introdução
Causado pelos herpes simples vírus (HSV-1 e HSV-2) ou varicela zoster vírus (VZV), o herpes neonatal pode ser adquirido no momento do parto ou via transplacentária. Cursa com vesículas em tronco, face ou extremidades, podendo ser erosivas e cobertas por crostas. O diagnóstico é por culturas virais, PCR, líquor e sorologias.
Descrição do caso
K.M.B., masculino, 15 dias, nascido a termo, de parto vaginal. Aos 6 dias de vida, apresentou vesículas ao redor dos olhos, edema bi palpebral associado a lesões eritematosas em abdome, que evoluíram para crostas purulentas. Foi internado para investigação. Solicitados exames com os seguintes resultados: IgM indeterminado e IgG não reagente para HSV-1 e HSV-2, IgM positivo para varicela zoster, líquor com elevação de células, glicose baixa e 532 proteínas. Diagnosticado herpes neonatal com ceratoconjuntivite herpética associado à alteração neurológica. Indicado tratamento com Aciclovir por 21 dias. Prescrita medicação tópica em olhos. Após 20 dias internado, apresentou ótima evolução, sem sinais neurológicos de gravidade e remissão importante dos sintomas, recebendo alta hospitalar e encaminhamento para acompanhamento ambulatorial.
Discussão
O herpes neonatal apresenta como mecanismo o contato íntimo com lesões vesiculares e secreções locais do indivíduo acometido. Pode ocorrer transmissão transplacentária ou durante o parto através de lesões ativas maternas. O acometimento neurológico é comum, como visto no paciente, já que é um vírus neurotrópico. O tratamento é conduzido com antivirais, como o Aciclovir.
Conclusão
A infecção herpética neonatal é um quadro raro, de morbidade significativa, que precisa de maior atenção se em gestantes, especialmente no momento do parto. Como prevenção, deve-se, periodicamente, realizar consultas de pré-natal, buscando minimizar o risco de transmissão do vírus ao bebê e, portanto, diminuir as complicações relacionadas. O paciente relatado mantém remissão do quadro e permanece em acompanhamento ambulatorial.