AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE

Objetivo: Descrever a medida do complexo médio intimal da carótida interna (CMI) de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade, além de correlacionar essa medida com o perfil lipídico, glicemia e insulina, gravidade da obesidade e relação cintura/altura. Método: Realizou-se estudo transversal que incluiu 39 crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade em acompanhamento no Ambulatório Multidisciplinar de Nutrologia Pediátrica. Dados coletados: antropometria (peso, estatura e circunferência abdominal), pressão arterial, perfil lipídico (colesterol total, HDL-c, LDL-c, triglicérides e não HDL-c), glicemia e insulina. Foi aferida a medida do complexo médio intimal (CMI) da carótida interna direita e esquerda por meio de ultrassonografia doppler por examinador único e experiente. Resultados: A média de idade e escore z do IMC dos pacientes avaliados foi 11,1±2,7 anos e 2,5±0,7. As morbidades associadas a obesidade mais frequentes foram aumento de circunferência abdominal 53,8, dislipidemia para triglicérides 51,3 e HDL-c 46,2. Nenhuma criança apresentou glicemia de jejum acima de 100 mg/dL. A média da medida com CMI foi 0,30±0,10 mm (0,15, 0,55) e percentil 75 (0,39 mm). A única variável que se correlacionou de forma estatisticamente significante com a espessura do CMI foi a relação cintura/altura (r = 0,423, p = 0,050). Conclusão: nesse grupo de crianças e adolescentes com excesso de peso observou-se elevado percentual de dislipidemia, entretanto, foi a relação cintura/altura a variável que se associou positivamente com maiores valores do complexo médio-intimal, sugerindo ser ele um potencial marcador de maior risco cardiovascular futuro nessa faixa etária.