COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR: UM RELATO DE CASO

Introdução
A comunicação interventricular é uma cardiopatia congênita caracterizada pelo defeito no septo que separa os ventrículos, gerando uma comunicação entre eles. Majoritariamente o tratamento vai consistir no acompanhamento com avaliações periódicas além de suporte nutricional e medicamentos. Já o tratamento cirúrgico só estará indicado nos casos refratários , quando o paciente apresenta atraso no desenvolvimento pondero estatural e hipertensão pulmonar.

Relato de Caso
Lactente, a termo, AIG, evoluiu com 33 horas de vida com surgimento de um sopro sistólico 2+/6+, teste do coraçãozinho sem alterações e perda ponderal de 6,5% em relação ao peso do nascimento. Na radiografia de tórax foi evidenciado infiltrado pulmonar bilateral e imagem sugestiva de coração em bota. O ecocardiograma evidenciava comunicação interatrial pequena e comunicação interventricular (CIV) moderada. Sendo indicado o tratamento com acompanhamento periódico com cardiologista pediátrico.

Discussão
As cardiopatias congênitas representam 40% das malformações congênitas, com elevada morbimortalidade. Devido a esse cenário e a importância do diagnóstico precoce dessas cardiopatias a fim da prevenção dos óbitos foi criado o teste do coraçãozinho. Esse teste é responsável por detectar precocemente as cardiopatias cianóticas dependentes de canal.
A CIV, é uma cardiopatia acianótica, não sendo detectada no teste do coraçãozinho. Entretanto representa 41,59% das cardiopatias congênitas e requer uma maior atenção para seu diagnóstico já que os sinais clínicos são sutis e podem trazer consequências com o tempo.

Conclusão
Conclui-se que é indiscutível o importante papel do teste do coraçãozinho e de um minucioso exame físico a fim de garantir o diagnóstico precoce, além do acompanhamento para detecção precoce de possíveis complicações, garantido a sobrevida desses pacientes.

Referências
1. SILVA, M. M. O, Análise dos registros de cardiopatias congênitas em crianças menores de um ano no Brasil. Interfaces, v. 10, n. 3, p. 1489-1499, 14 out. 2022. https://doi.org/10.16891/2317-434X.v10.e3.a2022.pp1489-1499.

2. Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4ª edição, Barueri, SP: Manole, 2017.