CONVULSÃO NA INFÂNCIA E O IMPACTO DO PRIMEIRO ATENDIMENTO

Introdução

As crises convulsivas são emergências pediátricas de apresentação diversa, que podem ser decorrentes a quadros benignos ou situações de alta morbimortalidade. Nesse trabalho será relatado o atendimento de um paciente de quatro anos com história de primeiro episódio de convulsão secundário a abscesso cerebral.

Descrição do caso

N.A., 4 anos, masculino, previamente hígido, deu entrada no PSI com história de primeiro episódio convulsivo, relatado como tônico-clônico generalizado, com duração de poucos minutos e cefaleia há dois dias. Criança afebril e em bom estado geral na admissão. Presenciado na emergência nova convulsão, de características semelhantes àquela descrita. Realizado tomografia de crânio que evidenciou duas lesões nodulares, com realce periférico, edema perilesional, em região parietal e occipital a direita, de respectivamente 1,1cm e 1,7cm. A ressonância sugeriu processo inflamatório e infeccioso, trombose do seio sigmoide e transverso e mastoidopatia, ambos ipsilateral aos nódulos. Optado pela equipe médica por tratamento conservador em ambiente hospitalar com antibiótico, anticonvulsivante e anticoagulante. Paciente apresentou escape convulsivo isolado no período de internação. A última neuroimagem realizada na oitava semana de internação, evidenciado redução significativa da imagem, com lesão residual única sem processo inflamatório no lobo parietal direito, passível alta da enfermaria e seguimento ambulatorial.

Discussão

A crise convulsiva é uma apresentação clínica comum na emergência pediátrica, na abertura a avaliação deve ser direcionada e investigada se a etiologia for oculta. Exames de neuroimagem, preferencialmente a ressonância magnética, avaliação de distúrbios metabólicos e genéticos, servem como apoio para detectar uma anormalidade subjacente que pode explicar a convulsão, evitando complicações e orientando o tratamento.

Conclusão

No primeiro episódio de crise convulsiva o manejo adequado vai influenciar no prognóstico. Tendo alta incidência nas emergências e diante de diferentes cenários atrelados a ela, é imprescindível que o pediatra tenha domínio de como conduzir adequadamente esses casos.