DERMATITE ATÓPICA GRAVE EM FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA COM COMPLICAÇÕES POR INFECÇÃO DE S. AUREUS RESISTENTE – RELATO DE CASO

Introdução: A Dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crônica com prevalência de 22,6% na população pediátrica. Ela possui risco aumentado de infecções cutâneas, principalmente por Staphylococcus aureus. Descrição do caso: Feminino, 8 anos, admitida em 5/10/2022 em unidade terciária em Fortaleza-Ceará por DA grave infectada. História de ter iniciado, há 5 dias, exacerbação da DA, com prurido intenso e hiperemia difusa em face, sendo utilizado pela mãe “pomada de assadura” para aliviar os sintomas. Evoluiu com secreção espessa em região periorbital, progredindo para formação de placa exsudativa no local. Na admissão, apresentava eritrodermia difusa, áreas de escoriação em MMII, lesões aftóides em tronco, além de crosta exsudativa em face, limitando a abertura de olhos e boca – SCORAD 101,8. Foi iniciado Aciclovir, Ceftriaxona, Oxacilina e Metilprednisolona. Após 24 horas, iniciou febre, piora do prurido, dor e ardência na pele. Iniciou-se banho com hipoclorito de sódio, bandagens úmidas com Betametasona e hidratante. Cultura de secreção com Staphylococcus aureus resistente à Oxacilina-MRSA, sendo substituído antibioticoterapia por Ceftarolina. Em 15/10/2022 reiniciou febre, apesar da melhora da pele. Ademais, solicitou-se hemocultura, evidenciando Pseudomonas aeruginosa, sendo substituído Ceftarolina por Meropenem, evoluindo estável. Dia 3/11/2022, recebeu alta hospitalar com SCORAD 56,5. Discussão: O relato apresenta quadro de DA grave colonizada por Staphylococcus aureus resistente à Oxacilina-MRSA, evidenciando que essa população possui uma desregulação da barreira cutânea, com pouca variabilidade da flora natural da pele e facilidade de infecções bacterianas, em especial, estafilocócicas. Ademais, a paciente apresentou coinfecção por Pseudomonas aeruginosa, necessitando de tratamento prolongado. Conclusão: Portanto, uma vez que pacientes com DA possuem anormalidades de resposta imune e constituição da barreira cutânea, faz-se necessário o acompanhamento periódico desses pacientes com equipe multidisciplinar, a fim de prevenir complicações como esta apresentada.