DESNUTRIÇÃO AGUDA NO BRASIL: A RAIZ DE MUITOS MALES

INTRODUÇÃO: A desnutrição infantil é uma doença de natureza clínico-social multifatorial que ocorre principalmente em crianças menores de 5 anos e causa atraso no crescimento e no desenvolvimento psicomotor, cansaço generalizado, baixo rendimento laboral e acadêmico e, ainda, um risco elevado de doenças graves e mortalidade, principalmente por infecções. Na desnutrição aguda (DA), o peso dos indivíduos fica abaixo do ideal. A DA grave pode ser dividida em Kwashiorkor, indicativa de carência de proteínas, e Marasmo- carência de calorias. Existe ainda o Kwashiorkor-marasmático, forma mista de DA grave. Estas são responsáveis por ao menos 10% de todas as mortes de crianças abaixo de 5 anos de idade em todo o mundo, afetando cerca de 20 milhões de crianças. OBJETIVOS: Avaliar os dados estatísticos de DA no Brasil. METODOLOGIA: Estudo ecológico, retrospectivo, cujos dados foram obtidos no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). RESULTADOS: Em 2014, o Brasil superou a colocação entre os piores no ranking global da subalimentação, mas, em meio às crises sanitária e econômica da pandemia da SARS-COV-2, voltou ao Mapa da Fome, ou seja, a falta de alimentos supera 2,5% da população. Em 2022, esse percentual foi de 4,1%. Atualmente, há 253 municípios brasileiros com 10% ou mais crianças menores de cinco anos com desnutrição aguda, representando um total de 22.194 crianças. Em 2023, 1,11% das crianças de até 5 anos estavam com peso muito baixo para a idade (cerca de 76 mil crianças acometidas), e 2,56% com baixo peso (cerca de 175 mil indivíduos), sendo Norte e Nordeste os estados mais acometidos. CONCLUSÃO: Dentre as principais causas desse cenário, compreende-se a pobreza crônica, déficits generalizados em saneamento e higiene, insegurança alimentar, enteropatia ambiental e infecções, sendo essencial a monitorização infantil cuidadosa com antropometria.