INTRODUÇÃO: Síndrome coronariana aguda é evento raro na população pediátrica, sendo malformações cardiovasculares, infecções, abuso de substâncias e autoimunidade as causas imputáveis. CASO CLÍNICO: Adolescente, masculino, 15 anos, admitido na emergência, com dor precordial em aperto, sem irradiação. Radiografia de tórax: normal, Eletrocardiograma: ritmo sinusal, onda T minus (V1, V2, V4) supra de ST(V5,V6). Medicado AAS 300mg, clopidogrel 300mg, enoxaparina 1mg/kg/dose 12/12h e solicitada vaga em unidade coronariana. Evoluiu com melhora da dor e hemodinamicamente estável. Apresentou níveis elevados de troponina de até 30.612,9 (vr <19 ng/l), CK-MB: 45(vr 0-16U/L). Eletrólitos e perfil lipídico normais, provas inflamatórias discretamente elevadas (PCR 2.2 e VHS 11), hemograma normal, triagem infecciosa excluiu EBV, CMV e COVID-19, Fator reumatóide negativo, hormônios tireoidianos normais, Eletroforese de hemoglobina: traço falciforme, Ecocardiograma com FE 64%, sem alterações de contratilidade. Angiorressonância cardíaca: FE 56%(VE) e FE 55%(VD), sem alterações de miocárdio e pericárdio. DISCUSSÃO: Dor torácica em adolescente, com alterações eletrocardiográficas sugestivas de angina, porém sem indicação de cateterismo após avaliação de especialista. Eletrocardiograma com redução da FE. Foi avaliado pela equipe de cardiologia, com suspeita de miocardite e mantido AAS 100mg/dia, sem necessidade de outras intervenções e seguimento ambulatorial. CONCLUSÃO: A doença coronariana em adolescentes é mais comum no sexo masculino, tem boa evolução quando tratada prontamente sendo tema de interesse em emergência pediátrica. Malformações cardiovasculares, são as causas mais frequentes, seguidas por causas infecciosas, alterações endocrinológicas e intoxicações. No caso descrito, o único achado laboratorial foi o traço falciforme , alguns estudos sugerem maior risco para eventos cardiovasculares nessa população, no entanto estudos mais recentes tem demonstrado que o risco foi ligeiramente superior, mas que isso é atribuido ao maior numero de individuos do sexo masculino no estudo e não pelo traço falciforme.