Introdução: A implementação do isolamento social devido à pandemia causada pela COVID-19 alterou significativamente a rotina das crianças. O afastamento das escolas levou a adaptações em seu cotidiano, impactando aspectos como sono, alimentação e prática de esportes, podendo estar associado com potenciais efeitos na qualidade de vida dessas crianças. Objetivo: Avaliar as mudanças nos padrões de vida infantil durante o período de isolamento social provocado pela pandemia da COVID-19. Métodos: Essa pesquisa, de caráter transversal e analítica, foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa via Plataforma Brasil. Para coleta de dados, empregou um formulário eletrônico de aspecto qualitativo, divulgado pelos pesquisadores para pais e responsáveis de crianças entre 6 e 14 anos que enfrentavam o isolamento social, apresentando uma amostragem não probabilística. Após a coleta, seguiu-se com uma interpretação qualiquantitativa dos dados coletados. Resultados: A amostra do estudo foi formada principalmente por crianças entre 10 e 11 anos (31,44%), do sexo feminino (56,19%) e residentes em Minas Gerais (73,71%). No que tange os hábitos de vida dessas crianças analisadas, notou-se que houve mudanças estatisticamente significativas na qualidade do sono (p<0.0001) e da alimentação (p=0.0068), com aumento no número de crianças com sono e alimentação considerados ruins pelos pais/responsáveis. No que diz respeito à prática de esportes, ocorreu um aumento estatisticamente significativo (p<0.0001) no número de crianças que não praticavam atividades esportivas. Conclusão: Durante o período de isolamento social, observou-se uma deterioração na qualidade da alimentação e do sono das crianças. Além disso, a prática de esportes deixou de integrar a rotina desses indivíduos. Assim, trabalhos futuros que avaliem a qualidade de vida das crianças podem mostrar o impacto a longo prazo da pandemia causada pela COVID-19 na saúde das que vivenciaram o isolamento social.