ESCARLATINA? NÃO, DOENÇA DE KAWASAKI!

INTRODUÇÃO 
A Doença de Kawasaki é uma vasculite necrotizante das artérias de médio calibre, autolimitada e de etiologia incerta. Predomina no sexo masculino dentre lactentes e pré-escolares, com maior incidência no outono-inverno. Associa-se uma susceptibilidade ao componente genético.
A inflamação deve-se a desregulação imunológica, ocorre de forma sistêmica, principalmente em artéria coronária, desencadeando a formação de trombo e aneurisma.
O diagnóstico é clínico, sendo a febre obrigatória, com duração mínima de 5 dias.  Associado a pelo menos 4 dos seguintes sinais clínicos: Exantema polimorfo, Conjuntivite bilateral não exsudativa, Mucosite, Alteração de extremidades e Linfadenopatia cervical.
DESCRIÇÃO DO CASO 
Paciente B.L.L.B, 6 anos, adentrou Pronto Socorro Infantil, dado a febre, vermelhidão de face e tronco, a qual evoluiu com descamação perineal, inguinal, de extremidades e conjuntivite bilateral. Foi solicitado exames laboratoriais, ecocardiograma e realizada internação hospitalar para tratamento com Imunoglobulina e Ácido Acetilsalicílico, pois se encontrava na fase aguda.
Recebeu diagnóstico prévio de escarlatina, devido a língua em framboesa, pele áspera e febre persistente. Medicado com uma dose de Penicilina G Benzatina sem melhora clínica.
DISCUSSÃO 
Na fase aguda, até 10º dia, ocorre lesão progressiva da parede do vaso, já na subaguda (2 a 4 semanas) há remodelamento pela formação de miofibroblastos na camada média. Na fase de convalescença, ocorre resolução dos sintomas e regressão do aneurisma.
A DK tem diagnóstico clínico, devendo-se atentar aos casos atípicos (cerca de 20 a 30%), os quais predominam em menores de 6 meses, em que o diagnóstico é auxiliado por exames laboratoriais e alterações ecocardiográficas. 
CONCLUSÃO 
O tratamento precoce, guiado pela realização do Ecocardiograma, reduz a incidência de lesão coronariana e a morbimortalidade. O seguimento ambulatorial é essencial, pois a disfunção endotelial e o espessamento da íntima persistem nas lesões regredidas, acarretando o aumento do risco cardiovascular.