Introdução: A sífilis congênita (SC) é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pelo Treponema Pallidum a partir da transmissão materno-fetal. No Brasil, de 2019-2021, foram confirmados 55.397 casos de SC em neonatos, em maior proporção na Região Sudeste, evidenciando tal problema de saúde pública. Não há até o momento literatura que descreva os casos diagnosticados durante esse período no Sudeste. Objetivo: Descrever a epidemiologia da SC em recém-nascidos da Região Sudeste do Brasil. Metodologia: Estudo ecológico baseado em casos confirmados de SC no Sistema de Informação de Agravos de Notificação pelo DATASUS. As variáveis analisadas, pela estatística descritiva, foram os números de casos de SC em neonatos de 0-27 dias e o acompanhamento pré-natal pelas mães no período de 2019-2021 da Região Sudeste. Resultados: Foram registrados 23.958 casos de SC em recém-nascidos no Sudeste. O ano de 2019 deteve 10.244 casos, seguido de 2020 com 9.263 e 2021 com 4.451. Quanto à faixa etária, os recém-nascidos de até 6 dias apresentaram 23.523 diagnósticos, enquanto 435 notificações voltaram-se aos neonatos de 7-27 dias. Acerca da realização do pré-natal, a quantidade de mães que fizeram o acompanhamento foi de 19.970, enquanto as que não foram assistidas representaram 2.946. Em relação a 1042 mães, não foi confirmado se estas realizaram ou não o pré-natal. Conclusão: O estudo epidemiológico da SC no Sudeste valida o padrão descrito na literatura, indicando a perpetuação de um número considerável de casos dessa IST em neonatos. Foi observado um índice expressivo de SC em 2019, seguida de uma queda a partir de 2020, o que pode ser explicado pelo impacto da pandemia da COVID-19. Ademais, a maioria das mães realizaram pré-natal. A descrição epidemiológica contribui para alertar as autoridades de saúde a adotarem políticas públicas efetivas ao grupo de mães desamparadas na assistência ao pré-natal do Sudeste.