Introdução:
A transição do ambiente hospitalar para o domiciliar é desafiadora para a criança e a família. O ambulatório de ex internados atua como ponte entre esses dois ambientes. Essas consultas permitem monitorar a evolução clínica, ajustar o plano terapêutico e identificar precocemente complicações ou efeitos adversos do tratamento, prevenindo reinternações.
A telemedicina ganhou destaque durante a pandemia de COVID-19, permitindo a continuidade dos cuidados. Essa tecnologia facilita o acesso do paciente aos serviços médicos e está sendo utilizada para a realização de consultas após a alta da enfermaria em nosso hospital pediátrico.
Discussão do caso:
A internação hospitalar leva a uma ruptura da rotina da criança e da família sendo um processo traumático. O retorno ao ambiente domiciliar, também representa uma ruptura do cuidado especializado para o cuidador familiar.
Nesse processo uma série de falhas ou novas situações podem ocorrer: o aparecimento de efeitos adversos, dúvidas sobre a forma de administração de medicamentos, uma piora clínica indefinida.
O ambulatório de ex-internados permite detecção e intervenção precoce nessas situações evitando reinternações desnecessárias. Dá segurança e empoderamento à família, reforçando o vínculo entre ela e a instituição, humanizando essa relação.
A opção pela telemedicina propicia uma série de vantagens: Evita o deslocamento da família minimizando gastos financeiros e riscos de exposição a patógenos, permite ao profissional de saúde compreender a realidade familiar, baixo custo de implementação, resolutiva na maior parte das vezes. A desvantagens são a necessidade de infraestrutura, acesso à internet de boa qualidade e a impossibilidade da realização do exame físico.
Conclusão:
Pesando os pós e os contras, o uso da telemedicina tem se mostrado um instrumento útil, relativamente barato, de fácil implementação. Vai ao encontro da humanização em saúde e empoderamento do paciente.