Introdução: O pé torto congênito (PTC) é a alteração congênita mais comum na ortopedia, com alta incidência e etiologia idiopática. Anatomicamente o pé apresenta alteração nos ossos do tarso gerando uma curvatura mais acentuada do arco plantar e flexão dos metatarsos. O prognóstico é favorável desde que o tratamento seja precoce e adequadamente seguido. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino de 1 mês e 23 dias, com diagnóstico de PTC durante o pré-natal, sendo a família já orientada nesta ocasião sobre o planejamento terapêutico do seguimento de PTC. Após o nascimento, com 9 dias de vida, a criança iniciou a correção com aplicação do primeiro gesso. Após uma semana, com correção do cavo e do aduto, foram realizados 2 gessos semanais em abdução e indicação da tenotomia do tendão de Aquiles. Na quarta semana de tratamento a cirurgia foi realizada, seguida da aplicação do quarto gesso. Indicou-se retirada do gesso após 3 semanas da cirurgia e introdução de órtese Dennis Brown, com reavaliação de evolução mensalmente, apresentando excelente resultado. Discussão e Conclusão: O caso relatado foi de grande relevância clínica e cirúrgica graças à boa correção observada em curto período de tempo, devido a idade de apresentação, boa técnica de correção e esclarecimento adequado aos cuidadores. A recidiva pode ocorrer em até 78% dos pacientes devido a falta de utilização das órteses. É importante manter o acompanhamento da evolução do PTC a longo prazo, mas o diagnóstico precoce associado ao bom planejamento de abordagem terapêutica – a fim de promover esclarecimento aos pais sobre as etapas do tratamento e a importância de se iniciar nos primeiros dias de vida – podem tornar claramente possível a conquista de pés indolores, deambulação com facilidade e qualidade de vida ao paciente.