Introdução: Os linfonodos mesentéricos estão majoritariamente localizados ao longo do íleo terminal e na junção ileocecal, drenando a linfa proveniente do intestino adjacente e das placas de Peyer, características do tecido linfoide presente na parede do íleo terminal. A linfadenite mesentérica aguda é um processo inflamatório desencadeado pelo aumento dos linfonodos mesentéricos, que pode ocorrer em conjunto com processos idiopáticos, infecciosos ou inflamatórios. Objetivo: Reunir, através de uma revisão bibliográfica, as principais etiologias desencadeadoras da linfadenite mesentérica em pacientes pediátricos. Método: Foi realizada uma revisão de literatura na base de dados MEDLINE-PubMed nos últimos cinco anos, utilizando os descritoresMesenteric lymphadenitis AND Children, incluindo estudos exclusivamente na língua inglesa e disponíveis para leitura completa. Foram encontrados 31 artigos, dos quais apenas cinco enquadraram-se nos critérios de inclusão. Resultados: Dentre os selecionados, houve predomínio de associação causal do aumento dos linfonodos mesentéricos com processos inflamatórios de origem idiopática ou infecciosa, apresentando sinais e sintomas inespecíficos gerais, como dor abdominal, náuseas, anorexia e febre, além da redução do limiar de sensibilidade em quadrante abdominal inferior direito, confundindo-se com a apresentação clínica de apendicite aguda. Conclusão: A linfadenite mesentérica primária, de origem idiopática, é caracterizada por espessamento leve da parede do íleo terminal, sem a identificação de processo inflamatório agudo. É secundária se, além da detecção de anormalidades no exame clínico e de imagem, for constatada a ocorrência de um processo inflamatório específico viral ou bacteriano e, recentemente, associada à síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (MIS-C), complicação da infecção por SARS-CoV-2. Assim, devido à correlação aos quadros de abdome agudo, ao manejar crianças com dor abdominal aguda, deve-se considerar o diagnóstico de linfadenite mesentérica, atentando-se à evolução, à história prévia de quadro infeccioso, à pesquisa do aspecto dos linfonodos e à apresentação clínica, concluindo que os diagnósticos finais, majoritariamente, não requerem intervenção cirúrgica.