OBESIDADE INFANTIL: UMA COMPARAÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL ENTRE DUAS DÉCADAS

No Brasil e no mundo, o sobrepeso e a obesidade vêm aumentando em todas as faixas etárias (IBGE 2010, Swinburn 2015), entretanto, tem aumentado em ritmo mais rápido em crianças (GBD 2015). 21,8 das crianças brasileiras sofrem com obesidade e sobrepeso, sendo 12,4 meninos e 9,4 meninas (Ezzati 2017). O objetivo dessa pesquisa foi comparar os resultados da dissertação de Oliveira (2012) que agrupa os dados de 2001 a 2010, com os dados de 2011 a 2018. Foi conduzida uma revisão sistemática seguindo os padrões metodológicos recomendados pela PRISMA para a coleta dos dados de 2011 a 2018. Todas as etapas foram conduzidas por duas revisoras independentes. Comparado com os resultados de 2012 da Oliveira, houve um aumento de 45 no número de publicações de 2011 a 2018 e, a região sudeste continuou produzindo mais pesquisas sobre obesidade infantil, com um crescente de 87,5. Os escolares foram o grupo etário mais estudado e o maior número de publicações ocorreu no ano de 2015. Além disso, as pesquisas incluíram abordagens e características de amostra bastante heterogêneas em comparação com o estudo de Oliveira (2012). O delineamento transversal foi o mais utilizado de 2001 a 2018, no entanto, poucos estudos avaliaram um número significativo de pacientes. A identificação de alto risco de sobrepeso e obesidade e consequentemente estudos com abordagens de prevenção de ganho de peso precisam ser desenvolvidas, assim como, se medidas para manejo clínico devem ser individualizadas. Existem muitos nichos no cenário nacional de pesquisa em obesidade, além de pouca cooperação entre centros de diferentes regiões do Brasil para estudo do sobrepeso e da obesidade infantil.