Introdução: A obesidade infantil, assim como suas complicações metabólicas, representa um dos maiores desafios do século 21. Cerca de 110 milhões de crianças no mundo são classificadas com sobrepeso ou obesas, e cerca de 32% das pessoas de 0 a 19 anos possuem sobrepeso no Brasil em 2022. Objetivo: Analisar a população pediátrica com excesso de peso no município de São Paulo de 2015 a 2022. Método: Estudo ecológico descritivo realizado mediante coleta de dados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Foram incluídas informações referentes ao panorama da obesidade em crianças e adolescentes paulistas, de 0 a 19 anos, no período de 2015-2022, e excluídos dados divergentes dos anos pesquisados. Variáveis utilizadas: faixa etária, sexo, raça e Índice de Massa Corporal (IMC). Resultados: Durante o período analisado, houveram 430.063 crianças e adolescentes identificados com excesso de peso, sendo o ano de 2015 o de maior porcentagem (47,5%). O número de pessoas registradas foi de 120.534 em 2022, 71.520 em 2021, 58.200 em 2020, 45.234 em 2019, 33.046 em 2018, 24.176 em 2017, 46.793 em 2016 e 30.560 em 2015. A análise de dados indicou que, em todos os anos, o sexo feminino foi o mais acometido e que a raça/cor branca prevaleceu, exceto em 2019, em que predominaram pessoas pardas. Quanto à faixa etária, de 2015-2020, crianças entre 0 a 4 anos ou crianças entre 5 a 9 anos foram mais acometidas, de 2021-2022, indivíduos entre 10 e 19 anos foram mais acometidos. Conclusão: Os dados apresentados mostram um aumento do número de crianças e adolescentes obesos, com uma maior incidência em crianças do sexo feminino, de raça/cor branca. Portanto, reforça-se a necessidade de se diagnosticar e manejar precocemente a obesidade infantojuvenil, bem como as comorbidades associadas a ela. Salienta-se limitações por proceder de uma base de dados secundária.