Postura em gorjeta de garçom: a importância da Semiologia no diagnóstico da Paralisia de Erb Duchenne: Um relato de caso
Introdução
A paralisia obstétrica é definida como lesão do plexo braquial ao nascimento devido à distócia de ombro. Este relato, objetiva descrever um caso de paralisia de Erb Duchenne, nomeada paralisia alta.
Descrição do caso:
Recém nascido (RN), diagnosticado como a termo e grande para idade gestacional (GIG), nasceu por parto vaginal em apresentação cefálica, com 40 semanas pelo Capurro e peso de 4285g. Filho de mãe com 22 anos, G3PN1A1 e tratamento inadequado para sífilis na gestação. Ao exame físico, apresentou postura em gorjeta de garçom, crepitação clavicular à direita, sem fratura, assimetria do reflexo de Moro, porém com preensão palmar bilateral.
Discussão:
A paralisia de Erb Duchenne é a mais prevalente e com melhor prognóstico, acometendo as raízes nervosas C5-C6. Ao exame físico, percebe-se perda da capacidade de abdução e rotação externa do braço, somados a perda de flexão do cotovelo. Essas limitações são evidenciadas pelo sinal denominado postura em gorjeta, visualizado no caso. Diferente da paralisia de Klumpke, o RN com paralisia alta, não apresenta parestesia do membro acometido, observado no exame físico deste paciente pelo reflexo de preensão palmar bilateral. Em contrapartida, ao realizar o reflexo de Moro, percebeu-se assimetria, onde o braço acometido não se sustentou.
Fatores de risco incluem a macrossomia, ganho de peso materno superior a 12 kg na gestação, diabetes gestacional, parto instrumental, estatura baixa da mãe, multiparidade e parto vaginal. Na maioria dos casos, porém, a paralisia ocorre na ausência desses fatores.
Conclusão:
Constatou-se que a combinação de fatores de risco do RN predispôs a lesão, Tendo isso em vista, as boas práticas na condução de um parto são fundamentais para a prevenção das paralisias, especialmente em gestantes com fatores de risco como os descritos.