Introdução: A pandemia da COVID-19 e o isolamento social ocasionaram mudanças importantes nos hábitos de vida das crianças, como tempo de exposição a telas, alimentação, prática de atividades físicas, sono e estresse. Esses fatores vem sendo associados ao aumento do número de casos de Puberdade Precoce Central observado nesse período. Objetivo: relacionar as mudanças dos hábitos de vida que ocorreram no período de isolamento social em função da pandemia do COVID-19 com o desenvolvimento PPC. Metodologia: trata-se de um estudo observacional, longitudinal, quantitativo, descritivo, realizado com crianças diagnosticadas PPC durante o período da pandemia da COVID-19 (2020-2022). As informações foram obtidas através da revisão de prontuários dos pacientes e aplicação de questionários no ambulatório de endócrino-pediatria do CHS/SECONCI, Policlínica Municipal de Sorocaba e clínicas particulares de endocrinologia pediátrica de Sorocaba. Resultados: O estudo foi realizado com 31 pacientes. Encontramos uma maior prevalência da condição em meninas (30:1). Cerca de 58% dos pacientes apresentaram sobrepeso ou obesidade. Durante a pandemia da COVID-19: 58% apresentaram alterações comportamentais, 74% relataram redução da prática de atividades físicas, 35,5% referiram alteração no tempo de sono e 90% relataram aumento do tempo de exposição a telas. 81,5 % utilizam telas por tempo superior ao recomendado e 81% utilizam antes de dormir. Conclusão: nossas investigações apontam para uma possível associação entre mudanças de hábitos de vida durante a pandemia da COVID-19, desenvolvimento de PPC e aumento do número de casos dessa patologia. Todavia, são necessárias mais pesquisas que confirmem essa relação.