Introdução:
Os nevos congênitos são lesões pigmentadas resultantes do excesso de melanócitos neuroctodérmicos, estão presentes em aproximadamente 1% dos recém nascidos e são classificados em pequenos, médios e raramente como nevo gigante. O nevo melanocítico congênito gigante (NMCG) corresponde a placas iguais ou maiores que 20 cm de diâmetro, acastanhadas ou negras, que são acompanhadas de lesões satélites em 70% dos casos. (KINSLER, V. A. et al. Melanocytes and melanoma. In: ROOK, T. Rook´s Textbook of Dermatology. 2. ed. Capítulo 62, p. 62.1-62.55).
Descrição do caso:
Recém nascido termo, adequado para a idade gestacional, apresenta ao seu nascimento lesão em costas em sua totalidade, nádegas e tronco, poupando hemicorpo superior a direita, esta, com bordas regulares, hiperpigmentada, de tons variantes entre marrom claro e escuro a preto, de superfície plana em tronco e rugosa em dorso, associada a presença de hipertricose em região superior de nádegas. Apresenta, ainda, lesões satélites em membros inferiores, superiores e face. Segue em acompanhamento ambulatorial.
Discussão:
O NMCG afeta cerca de 1:20.000 a 1:50.000 nascidos, ocorre devido a alterações que modificam a migração dos melanócitos da crista neural para a pele, na embriogênese. Para casos de NMCG, embora o diagnóstico seja predominantemente clínico, a biópsia incisional é a abordagem mais indicada. Em situações com impacto no desenvolvimento neuropsicomotor ou outros sinais, exames de imagem são importantes para avaliar a profundidade. O NMCG tem como principais complicações a possibilidade de transformação maligna, acometimento do sistema nervoso central e impacto social causado pela estética. (MIR, A. et al. Giant congenital melanocytic nevus treated with Trametinib. Pediatrics, 2019).
Conclusão:
Após o nascimento, o NMCG pode trazer complicações, requerendo consultas regulares em ambulatórios especializados, além de ocasionar em impactos nos aspectos emocionais e sociais dos pacientes e suas famílias.