RELATO DE CASO SOBRE TRATAMENTO CONSERVADOR DO ABSCESSO SUBPERIOSTEAL EM CRIANÇA

Introdução:O abscesso subperiosteal é uma complicação extracraniana frequente da mastoidite aguda. Dependendo da apresentação clínica do paciente, pode-se fazer o tratamento conservador com antibioticoterapia ou tratamento cirúrgico, sendo este o mais prevalente. Este trabalho objetiva apresentar um caso de tratamento conservador bem sucedido. Apresentação:Paciente feminina, 10 anos, deu entrada no hospital apresentando febre há 6 dias, nodulação cervical à esquerda e redução da mobilidade do pescoço. Ao exame, apresentava lesão com ponto de flutuação em região de mastóide esquerda, sinais flogísticos locais e linfonodomegalia cervical. Solicitado exames laboratoriais, evidenciaram leucocitose (34.010/mm3, 85% de segmentados) e PCR (96 mg/L). Realizou-se drenagem da região, com saída de secreção purulenta de grande monta, e iniciado antibioticoterapia de amplo espectro com Ceftriaxona 100mg/kg/dia e Oxacilina 160mg/kg/dia. Chegou-se a hipótese diagnóstica de abscesso subperiosteal, confirmada pela tomografia (áreas hipodensas de permeio, compatíveis com coleções e presença de linfonodomegalias em níveis cervicais, bilaterais). Paciente evoluiu com expressiva melhora clínica e laboratorial, recebendo alta ambulatorial com indicação de Amoxicilina+Clavulanato 500 mg+125, por 10 dias. Discussão:A mastoidite aguda é uma patologia que expõe o paciente a grandes riscos, por predispor a inúmeras complicações graves. Dentre elas, o abscesso subperiosteal, forma extracraniana mais comum. Assim, quanto mais precocemente tratado, melhor o desfecho. Devido a prevalência do S. pneumoniae, agente etiológico mais frequente, o uso de antibióticos de amplo espectro, associado à drenagem do abscesso, reduz o poder de infecção no paciente. Apesar da menor aplicabilidade do tratamento conservador, este possui vantagens, como menos risco de complicações e novas infecções, comparado ao tratamento cirúrgico. Conclusão:Geralmente, a evolução dos abscessos subperiosteal é satisfatória. O tratamento cirúrgico, conforme a literatura estudada, é tido como primeira linha. Porém, esse caso, juntamente com a literatura revisada, apontam que o tratamento conservador possui alta eficácia na abordagem da patologia.