Introdução: A Síndrome de Kikuchi Fujimoto é um quadro benigno e idiopático de rara incidência, identificada principalmente na população japonesa. Cursa com febre sem sinais localizatórios e linfadenopatia cervical. O diagnóstico definitivo é realizado por meio de histopatológico de biópsia de linfonodo.
Descrição do caso: L. F. P. C., masculino, 12 anos, hígido, apresentou início súbito de quadro de febre baixa diária, sem outras manifestações associadas, que melhorava durante efeito de antitérmicos. Três meses depois, juntamente aos episódios febris, retornou com aparecimento de linfonodopatia dolorosa em cadeira cervical. Foi internado para investigação. Solicitados exames com os seguintes resultados: hemograma, TSH, ALT, AST, amilase e rotina de urina 1 com valores dentro da normalidade, IgM negativo e IgG positivo para o vírus Epstein Barr. A biópsia excisional de linfonodo cervical direito confirmou a hipótese da síndrome. Indicado tratamento com medicações para controle sintomático. Após nove dias internado, apresentou ótima evolução, sem sinais de alarme ou gravidade, recebendo alta hospitalar e encaminhamento para acompanhamento ambulatorial.
Discussão: A doença apresenta em sua fisiopatologia a apoptose mediada por linfócitos TCD8. A causa permanece desconhecida, porém sabe-se que pode ser deflagrada por infecção prévia por patógenos como Epstein-Barr vírus. O tratamento é conduzido com AINES e, se necessário, corticosteroides em casos persistentes. Recomenda-se que os pacientes portadores da síndrome permaneçam em acompanhamento clínico prolongado mesmo após a remissão do quadro.
Conclusão: A DKF é um quadro benigno, idiopático, de baixa incidência e, ocasionalmente, esquecida entre os diagnósticos diferenciais. Com isso, é importante atentar-se para essa patologia sempre diante de um quadro de linfadenopatia isolada ou associada a sintomas inespecíficos. O paciente mantém remissão do quadro e permanece em acompanhamento ambulatorial.