SINOVITE TRANSITÓRIA DO QUADRIL EM CRIANÇA: RELATO DE CASO

As habilidades motoras acontecem no sentido craniocaudal, distal-proximal. Por volta do décimo primeiro mês, a criança dá os seus primeiros passos e consegue caminhar sozinha a partir dos doze meses. Com a limitação da deambulação há necessidade de pesquisar patologias diversas. Lactente, feminino, 1 ano e 8 meses de vida, previamente hígida, procurou atendimento pediátrico em Guanambi-BA, acompanhada da genitora. Relata que lactente “parou de andar” de forma repentina. Na investigação clínica, refere sintomas gripais, compatíveis com IVAS, há 1 semana. Apresentou febre nas primeiras 72 horas, evoluindo com coriza, obstrução nasal e tosse produtiva. Nega antecedentes patológicos e familiares, cartão vacinal atualizado e desenvolvimento neuropsicomotor adequado para a idade com deambulação iniciada aos 12 meses. Ao exame físico, lactente se apresentava em bom estado geral , afebril, exame ortopédico com recusa para deambular, tônus e força muscular dos MMSS E MMII preservada, testado reflexos aquileu, patelar: presentes e simétricos. De acordo com suspeita clínica, foi solicitado exames laboratoriais sem alterações significativas. Além de USG de quadril que evidenciou achados típicos de sinovite transitória do quadril e derrame articular de pequeno volume a direita. Ademais, raio-x de coluna lombosacra foi solicitado para descartar diagnósticos diferenciais. Diante do diagnóstico de sinovite transitória do quadril, foi recomendado repouso relativo, uso de AINEs e orientações quanto ao desfecho favorável do quadro. Considerando o relato de caso descrito, fica evidente a importância de pesquisar diagnósticos diferenciais, como: discite lombar, uma inflamação rara de origem viral ou bacteriana no disco intervertebral e miosite viral caracterizada pelo acometimento musculoesquelético agudo, principalmente das panturrilhas após ou durante um quadro infeccioso agudo, de origem viral. Diante do quadro exposto, fica evidente que a interrupção de deambulação da criança pode ter relação com quadros infecciosos, síndromes neurológicas, alterações congênitas e alterações musculoesqueléticas.