Dores recorrentes nos membros inferiores

Relatores
Dr. Rui Maciel Maciel Godoy Jr.
Mestre e Doutor em Ortopedia pela Fac. de Medicina da USP, Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica e Vice-Presidente do Depto. Científico de Ortopedia da SPSP.

Dr. Roberto Guarniero
Mestre e Doutor em Ortopedia e Traumatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e membro do Depto. Científico de Ortopedia da SPSP.

 

Definição – quadro de pelo menos três episódios de dor, com intensidade suficiente para interferir nas atividades habituais da criança, por um período de pelo menos três meses. (Naish & Apley 1951).

Sinonímia – reumatismo de partes moles; síndromes de amplificação da dor; dores musculoesqueléticas idiopáticas; dores de crescimento (este último termo é inadequado e não deveria ser usado).

Incidência – mais comum nas crianças pré-escolares e primeiros anos escolares, na faixa etária de 3 a 10 anos; mais frequente em meninos; mais de 90% dos casos sem fisiopatologia definida; 3 a 4% apresentam doença orgânica.

Causas – funcional, emocional e psicossomática.

Abordagem diagnóstica – é necessária uma anamnese adequada, com história e exame físico completo. Há necessidade de caracterização da dor.

Perguntas essenciais:

• Há quanto tempo tem essa dor?
• Como é a dor?
• O quanto a dor atrapalha a vida da criança?
• Com que frequência ocorre?
• Onde é a dor?
• Tem alguma irradiação?
• Quando e onde ocorrem os episódios?
• O que faz aparecer a dor?
• O que faz a dor melhorar?
• Como está a dor hoje?
• Vem melhorando ou piorando?


 



Há necessidade de avaliar se a dor é aguda ou crônica. Deve-se conhecer a criança e a sua família. Do ponto de vista ortopédico, conhecer os padrões de postura normal e as suas variações na criança. Lembrar das variações segundo a idade, o sexo feminino ou masculino, o estágio do desenvolvimento e o tipo anatômico.

Sinais de alerta – dor com característica “diferente” acompanhada por parestesias e formigamentos; presença de febre, dor à palpação muscular; dor à movimentação passiva; diminuição da força muscular; dificuldade ou alterações à marcha; manifestações sistêmicas associadas; dor persistente e resistente aos analgésicos.

 

Texto original publicado no Boletim “Pediatra Informe-se” Ano XXVII • Número 155 • Janeiro/Fevereiro de 2011